Na empresa Sempre Foi Assim S/A, uma equipe trabalhava há anos seguindo os mesmos processos e rotinas. A produtividade era aceitável. Até que um dia contrataram um novo funcionário, Sócrates, um questionador. Que pena para os colegas, o RH não identificou isso na entrevista… Desde o primeiro dia, Sócrates começou a fazer perguntas que ninguém ousava perguntar:
– Por que fazemos isso assim?
– Por que não começamos por “X” ao invés de pelo “A”?
– Por que não ofertamos o produto “E” que pode ter um retorno melhor, ao invés do “C”?
Perguntas que inicialmente causaram desconforto e resistência entre os colegas.
Já me vi refletido em Sócrates. Sou aquele que, na maioria das vezes, não aceita respostas prontas e busca entender o porquê de cada ação. Lembro-me de uma vez, durante uma reunião, quando sugeri uma nova abordagem para um processo, e a reação inicial foi de desqualificação. Mas, aos poucos, insistindo em demonstrar os benefícios e a eficiência da nova abordagem, conquistei a confiança da equipe.
Como Sócrates, também enfrentei resistência. Com o tempo, aqueles que inicialmente se opuseram começaram a ver o valor das minhas perguntas. Isso trouxe uma nova dinâmica para o trabalho, onde a melhoria contínua se tornou parte da cultura do time. A implementação de novas ideias e processos não só aumenta a eficiência, mas também motiva a equipe a pensar de maneira mais criativa e proativa.
Imagine-se na posição de um colaborador da Sempre Foi Assim S/A. Como você se sentiria? Pode ser desconfortável no início, mas é inegável que a presença de um questionador força todos a saírem da zona de conforto e a buscarem soluções inovadoras.
Aquele que questiona não é apenas um inconveniente, é também um condutor para o progresso.
Apesar de ser difícil lidar com o perfil questionador, sua importância no mercado de trabalho é inquestionável. Esses profissionais são essenciais para impulsionar a inovação e a melhoria contínua. Eles desafiam o status quo, estimulam o pensamento crítico e garantem que as empresas não se contentem com a mediocridade. Portanto, valorize os questionadores.
Não são fáceis de lidar, mas garanto que eles custam bem menos do que a consultoria de uma Big Four!